Vi o Ceará por Raimundo Soares Filho

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Saga cearense

COM O TÍTULO “SAGA CEARENSE”, EIS ARTIGO DO JORNALISTA MERVAL PEREIRA QUE SAIU NA EDIÇÃO DESTA QUARTA-FEIRA DO O GLOBO:

A saga de Ciro Gomes continua se revelando uma das mais patéticas da política nacional. De político renovador que acabou com as oligarquias cearenses, tornou-se símbolo de sua própria oligarquia, e acabou dando a volta ao mundo para acabar novamente em Sobral, que já teve seu irmão como prefeito e terá um representante seu no Ministério do primeiro governo Dilma, com o patrocínio político de seu grupo cearense.

De quase presidente eleito em 2002, Ciro Gomes está prestes a tornar-se um político sem mandato e sem apoio político de seu próprio partido, o PSB, que entrou em polvorosa quando a presidente eleita o convidou pessoalmente para assumir o Ministério da Integração Nacional.

A começar pelo presidente e principal líder do PSB, o governador reeleito em Pernambuco, Eduardo Campos, houve reação de todos os lados contra sua indicação. Campos tinha um candidato pessoal ao Ministério e não abriu mão para Ciro.

O PMDB fez questão de revelar seu descontentamento com a volta de Ciro ao primeiro plano do governo do qual se sente sócio.

O vice-presidente eleito, Michel Temer, que Ciro chamou de comandante de um agrupamento sem escrúpulos, mandou seu recado: como ministro, Ciro lhe deveria obediência hierárquica, e teria que ter “contenção verbal”.

Ciro ficou conhecido pela virulência de sua fala, o que lhe valeu o apelido de “língua de aluguel” do governo, especialmente quando se referia ao tucano José Serra.
Na eleição presidencial de 2002, houve um momento da campanha em que o então candidato do PPS, Ciro Gomes, apareceu na frente de Lula.

O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, dizia que sua situação era tão confortável que, se Ciro tivesse viajado com a mulher, Patrícia Pillar, e desaparecido da campanha, poderia ter sido eleito.

Em vez disso, prosseguiu na campanha e, entusiasmado pela aprovação popular que colhia naquele momento, deixou-se perder pela boca, o que, aliás, tornou-se seu hábito.

Xingou de burro um eleitor que o questionava num programa de rádio, fez comentários machistas em relação a Patrícia Pillar e se perdeu completamente, não conseguindo nem mesmo ir para o segundo turno.

Nunca ninguém foi tão humilhado publicamente quanto Ciro Gomes na campanha eleitoral deste ano, impedido de apresentar sua candidatura à Presidência da República pelo próprio Lula, que o induziu ao erro ao sugerir que transferisse seu título eleitoral para São Paulo a fim de disputar o governo daquele estado.

Não conseguiu apoio do PSB, que tinha o empresário Paulo Skaf como candidato, um dos maiores absurdos políticos de nossa história recente, foi bombardeado pelo PT, e acabou não podendo nem mesmo ser candidato a deputado federal.

Vendo o cerco contra sua candidatura à Presidência na eleição deste ano se apertar, Ciro voltou a usar sua língua ferina, dessa vez contra o próprio governo.
Disse que Lula “viajou na maionese”, e estava enganado pensando que era Deus e que tudo podia.

Disse que Serra era mais preparado para exercer a Presidência da República do que Dilma.

Caiu em desgraça junto ao PT, ao PMDB e ao próprio PSB, cujo presidente Eduardo Campos conspirou com Lula para inviabilizar a candidatura de Ciro.
A relação conflituosa de Ciro com Lula levou até mesmo a que ele rompesse com seu maior aliado político no Ceará, o senador Tasso Jereissati, que já abandonara o candidato tucano José Serra para apoiá-lo em 2002.

Pois Ciro traiu o acordo branco que tinha com Tasso no Ceará para tentar se aproximar mais de Lula, mas não teve a contrapartida.

O que Lula queria era uma disputa polarizada entre Dilma e Serra, ou entre PT e PSDB, ou, melhor ainda, entre ele e Fernando Henrique.
E Ciro insistia em quebrar essa polarização, alegando que era melhor para os governistas que houvesse mais candidaturas.

Lula mostrou-se certo, do ponto de vista de seu interesse pessoal, na estratégia, tanto que foi a presença de Marina Silva pelo PV que impediu que a disputa se resolvesse já no primeiro turno.

Mas, naquele momento, registrei aqui na coluna que o que menos importava era o que pensa ou diz o deputado Ciro Gomes. “Goste-se ou não da maneira como o deputado federal Ciro Gomes faz política, uma coisa é certa: sua desistência forçada à disputa da Presidência da República é um golpe na democracia”, escrevi então.

Considerava, e ainda considero, que a interferência frontal do presidente Lula para inviabilizar uma candidatura em benefício da que escolhera era uma agressão do ponto de vista democrático à livre escolha do eleitor.

Conchavos de gabinete com o objetivo de transformar em plebiscito uma eleição em dois turnos, concebida justamente para dar ao candidato eleito a garantia de apoio da maioria do eleitorado, reduziram o sentido da eleição. Ciro foi de diversos partidos, inclusive da Arena no tempo da ditadura, mas teve sucesso político no PSDB, pelo qual chegou a ser ministro da Fazenda na transição do governo Itamar Franco. Foi chamado às pressas para apagar um incêndio que ameaçava a candidatura presidencial de Fernando Henrique Cardoso.

O então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, foi flagrado com o microfone aberto em um programa de televisão dizendo coisas como “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”. Ciro Gomes era um jovem político de sucesso que governava o Ceará, e foi uma grande solução política para o momento.

Esse período serviu também para que se tornasse adversário ferrenho tanto do ex-presidente quanto de José Serra, a quem, pela gana que tem, deve atribuir uma atuação decisiva para que não tenha continuado ministro da Fazenda. Na ocasião, o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso ofereceu-lhe o posto de Ministro da Saúde, que Ciro recusou, considerando uma ofensa a oferta.
Anos depois, José Serra, derrotado na disputa para a Prefeitura de São Paulo, ocupou o Ministério da Saúde e alavancou sua carreira política, tornando-se candidato a presidente em 2002.

Até hoje medidas adotadas no ministério, como os genéricos, lhe rendem uma visibilidade política importante. Pois, ironicamente, Ciro hoje tinha como seu sonho de consumo assumir o Ministério da Saúde no governo Dilma, o que lhe foi negado liminarmente.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Justiça Eleitoral: Mandato é cassado já quando está terminando

A demora para a conclusão de processos que resultam em condenação para políticos que infringem a legislação eleitoral acaba por se traduzir, em muitos casos, em impunidade. Isso porque, aproveitando-se de mecanismos previstos na lei, infratores conseguem protelar as decisões finais até o término de seus mandatos, tornando quase que ineficazes as sanções.

Um dos casos mais recentes desse processo, no Estado, é o do deputado estadual Neto Nunes (PMDB), condenado por captação e gastos ilícitos de recursos financeiros na campanha eleitoral de 2006. Contudo, apenas um mês antes do término de seu mandato, em novembro último, o parlamentar foi de fato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). Ontem, o TRE ia julgar um novo recurso do deputado.

Caso semelhante é o de prefeitos cearenses que foram afastados de seus cargos por conta da prática de crimes eleitorais, mas, dias depois, retornam a exercer suas funções através de medidas liminares. Em Santa Quitéria, um dos municípios onde o fato ocorreu, o prefeito, Francisco das Chagas Magalhães Mesquita, e o vice-prefeito, Eduardo Sobral Monte e Silva, foram cassados em maio de 2009, mas permaneceram em seus cargos até outubro último, quando o Pleno do TRE indeferiu o recurso dos gestores e manteve sua cassação.

Por enquanto, atua como prefeito de Santa Quitéria o presidente da Câmara de Vereadores. No próximo dia 19, haverá novo processo eleitoral no Município. Ainda que eleito em 2010, o novo prefeito só irá governar por dois anos, até o fim de 2012, quando será realizado novo pleito. Além de Santa Quitéria, os municípios de Icapuí, Senador Sá, Jardim, Limoeiro do Norte, Orós, Quixeré, Alcântaras e Acaraú também tiveram seus gestores cassados, no último ano, e retornaram a seus cargos.

Para o advogado especialista em direito eleitoral Djalma Pinto, um dos principais fatores responsáveis pela demora na conclusão de processos desse gênero é a atenção insuficiente concedida pela Justiça ao julgamento de crimes eleitorais, os quais, afirma, devem ser tratados com prioridade em relação aos demais processos.

Isso porque, destaca, as implicações dos crimes cometidos por políticos - candidatos ou já eleitos - trazem malefícios a um número muito maior de envolvidos. "O processo eleitoral repercute em cada cidadão. Está em jogo o comando do governo a ser exercido. Os atos vão ser refletidos na vida de cada um, no presente e no futuro", frisa.

Conforme o advogado, os juízes que atuam em processos contra homens públicos participam simultaneamente de outros julgamentos, o que acaba por retardar o andamento dos primeiros casos. Durante o período eleitoral, a situação se agrava, uma vez que, por conta do volume significativo de denúncias, a Justiça se torna sobrecarregada, inviabilizando a rapidez nos processos e beneficiando quem comete irregularidades.

Djalma reconhece que, em diversos casos, os infratores fazem uso de mecanismos oferecidos pela Legislação, baseados no princípio de direito à defesa, para retardar os processos e manterem-se em seus cargos. "Na plenitude da defesa, o acusado pode pedir para ouvir testemunhas, pode pedir a realização de perícias, que muitas vezes não são necessárias", ilustra. Segundo ele, cabe então ao juiz garantir a ampla defesa, mas atento ao caráter protelatório de determinadas medidas e impedir sua realização.

Destaca o advogado Djalma Pinto que, do ponto de vista legislativo, o Brasil "não deixa a desejar". Ele ressalta a aprovação da Lei 12.034, em setembro de 2009, a qual altera determinadas regras do sistema eleitoral brasileiro. Entre outros pontos, a lei determina como "duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo" o prazo máximo de um ano. A intenção, afirma, é conciliar o direito à defesa dos acusados e a celeridade necessária a processos tão relevantes.

Caso haja aplicação efetiva da nova lei, aponta, a tendência é de casos como o de gestores que passam a maior parte de seus mandatos sendo julgados se tornarem mais raros. "Não se justifica que, sendo o mandato de quatro anos, o processo leve esse período todo para ser concluído, tornando a sua conclusão inútil, ineficaz", comenta.

O advogado também destaca a existência ferramentas previstas na legislação que oferecem às partes mecanismos através dos quais entidades como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) podem ser acionadas com o objetivo de cobrar mais rapidez nos julgamentos. Conforme Djalma, desde que a nova lei foi aprovada, já houve casos, no Ceará, em que CNJ foi acionado para cobrar dos juízes mais celeridade no desenvolvimento de alguns processos que estavam tramitando lentamente.

Embora a maior atenção por parte da Justiça em relação a casos desse gênero seja um passo importante a ser dado, frisa o advogado, a principal solução para a problemática é a conscientização da população quanto ao papel a ser desempenhado por seus representantes políticos. "Qual a finalidade do mandato? É o cidadão fazer todo tipo de irregularidade após eleito ou cometer toda a série de atos ilícitos para sua conquista", questiona.

Com a falta de conhecimento quanto à função do homem público, acrescenta, "pessoas de bem, vocacionadas, de espírito público", as quais se negam a praticar ilegalidades para serem eleitas, acabam impelidas para fora do processo eleitoral. Através da educação da sociedade, irregularidades como a compra de votos se tornarão menos comuns.

Como resultado, gestores desprovidos de espírito coletivo que têm como objetivo utilizar a máquina pública em benefício próprio terão menos chances de alcançar o poder. Além disso, haverá a inibição aos atos ilícitos durante as eleições.


Com informações Diário do Nordeste

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ceará tem 8.448.055 habitantes


O município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi o que mais cresceu em população nos últimos 10 anos (63,3%), enquanto Guaramiranga apresentou o menor crescimento em número de habitantes (27,11%). A cidade, que fica no Maciço de Baturité, também é a que apresenta a menor população do Ceará - 4.165 habitantes. O maior número de moradores continua sendo na Capital que ultrapassa os 2,4 milhões de moradores. Em todo o Estado, vivem atualmente 8.448.055 pessoas (crescimento de 13,69% com relação à população de 2000 que era de 7.430.661 habitantes).

Os dados são do Censo 2010 que foi divulgado oficialmente, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O chefe da Unidade estadual do órgão, Francisco José Moreira Lopes, explica que o crescimento populacional de Horizonte e outras cidades da Região Metropolitana, como Eusébio, Pacajus e Caucaia, deve-se à maior oferta de empregos em indústrias que se instalaram nesses municípios. Em Jijoca de Jericoacoara, que também apresentou crescimento de 40% em 10 anos, a causa principal foi o turismo.

Francisco José Moreira Lopes, chefe da unidade do IBGE no Ceará, explicou que a população brasileira cresce em ritmo cada vez mais lento, o que não foi surpresa para o órgão. “Houve uma mudança muito forte na taxa de fecundidade entre as mulheres com idade de 15 a 49 anos. Em 1960, por exemplo, as mulheres tinham em média, seis filhos, atualmente, chega a 1,9”. Os fatores, segundo ele, são principalmente, a inserção da mulher no mercado de trabalho, o aumento de mulheres frequentando universidades e o planejamento familiar.

Mas as mulheres continuam sendo, no Ceará, em menor quantidade com relação aos homens. Dos 8.448.05 habitantes do Estado, 51,25% são mulheres e 48,75% são homens. A maior população feminina está na Capital - dos 2.447.409 moradores, 53,18% são do sexo feminino.

Na Região Metropolitana de Fortaleza, o crescimento populacional em uma década foi de 18,11%. Em 2000, viviam nos 15 municípios, 3.056.769 pessoas, e em 2010, vivem 3.610.379 habitantes. Compõem a Região Metropolitana, os municípios de Aquiraz, Cascavel, Caucaia, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Pacatuba, Pindoretama e São Gonçalo do Amarante.

Quando foram divulgados os dados preliminares do Ceará, em outubro, a unidade estadual do IBGE recebeu 44 pedidos de revisão dos dados encaminhados pelas cidades.


Com informações do O POVO

sábado, 13 de novembro de 2010

Tucanos infiéis vão ser expulsos

O PSDB iniciou o processo de expulsão de alguns dos seus filiados, começando com os deputados estaduais. reservadamente, logo após a realização do primeiro turno das eleições, no dia 3 de outubro passado, a direção do partido fez uma resolução em que exigia, de todos os integrantes da agremiação, apoio ao candidato à presidência da república, José Serra, no segundo turno das eleições.

Mesmo sem fazer menção à resolução, o deputado Marcos Cals, que foi candidato ao governo do estado, e sofreu com as consequências da infidelidade partidária, anunciou a disposição do partido de cobrar fidelidade à candidatura de serra, perdoando os infieis pelo que havia acontecido no primeiro turno. Marcos Cals chegou a dizer que quem não votasse no serra não ficaria no partido.

Ontem, assumiu a presidência estadual do PSDB, em razão de uma licença do atual presidente Marco Penaforte (ele vai fazer um curso no exterior), o deputado federal Raimundo Gomes de Matos. Em sua primeira manifestação pública, o deputado anunciou as primeiras providências para as punições.

Segundo Gomes de Matos, o PSDB vai reunir, terça-feira, os membros do seu Conselho de Ética para discutir os processos administrativos já apresentados a respeito da infidelidade de alguns dos seus filiados, cujo número o presidente não soube precisar, na manhã de ontem.

Estatuto

O deputado garantiu que o PSDB vai tomar providências em relação aos filiados infieis ainda que seja necessário tirar dos quadros da legenda filiados com mandato. Questionado sobre possíveis prejuízos ao PSDB, o tucano destacou: "Não é questão de ser ruim ou bom (para o partido), o que nós queremos são políticos com ética e que cumpram o que está estabelecido no estatuto".

Depois disso, na quarta-feira, o partido vai reunir a bancada de deputados estaduais da próxima Legislatura para discutir o posicionamento do PSDB na disputa dos cargos na Mesa Diretora da Assembleia. A legenda vai ter, pelo menos, uma cadeira, mas Gomes de Matos ainda não revelou qual delas o partido deverá pleitear. Os cargos mais cobiçados são a Presidência e a primeira secretaria, que deverão ser ocupadas pelo PSB.

Gomes de Matos explicou que o partido não vai para o confronto por cargos na Mesa Diretora da Assembleia e, quando questionado sobre a posição que a sigla pretende pleitear, em tom descontraído, declarou: "O ideal seria a Presidência".

Responsável

Na Assembleia, alguns parlamentares do PSDB defendem uma alternância de tucanos na Mesa Diretora, o que Gomes de Matos ainda não confirmou. Ele diz que isso vai ser discutido junto com a bancada. Hoje, ocupam cargos na Mesa Diretora os deputados Gony Arruda, na vice-presidência, Fernando Hugo, na 2º secretaria, e Osmar Baquit, na 4°secretaria.

O presidente do PSDB ainda reafirmou a postura de oposição que a sigla vai manter na Assembleia Legislativa, mas revelou que a legenda vai fazer um trabalho "responsável". Para ele, os votos que o partido recebeu nas eleições de 2010 mostram que a população espera ver o PSDB no bloco adversário tanto ao governador Cid Gomes (PSB) como à presidente Dilma Rousseff.

Os anúncios do novo presidente do PSDB foram feitos logo após uma reunião com os membros da Executiva, que aconteceu à portas fechadas por algum tempo. Durante a entrevista, Gomes de Matos explicou que vai ficar no cargo até fevereiro, já que em março ocorrem as eleições para a composição do novo grupo gestor.

Eleição

Porém, de acordo com o parlamentar, ele não pretende se manter presidência do PSDB estadual, pois seus projetos prioritários são referentes ao Congresso Nacional, em Brasília.

Gomes de Matos também disse que o partido já começa, a partir de agora, se empenhar em função das eleições de 2012 e, por isso, vai haver um trabalho "geopolítico" nos municípios do Estado para tratar da organização dos novos diretórios. Para isso, a sigla pretende buscar novos filiados, pois visa disputar cargos majoritários e proporcionais no maior número de municípios.

O presidente tucano disse que o trabalho de sua legenda em prol das eleições já começam agora para que haja tempo suficiente de debates relacionados às candidaturas, pois, segundo Gomes de Matos, a falta de "planejamento" do PSDB rendeu à legenda os "prejuízos" alcançados em 2010. "Não podemos deixar tudo para os últimos três meses" como aconteceu este ano, no plano estadual.

Entre os que participaram da reunião de ontem da Executiva do PSDB, além de Gomes de Matos, estavam o deputado estadual Marcos Cals, os ex-deputados Tânia Gurgel e Francini Guedes, e o empresário Pedro Fiúza, que disputou a vice-governadoria do Estado e que deverá ocupar a presidência do PSDB Fortaleza. Na hora da coletiva, somente Gomes de Matos falou com a imprensa, enquanto os demais deixaram o local.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tasso volta a ameaçar infiéis

O senador Tasso Jereissati (PSDB) afirmou, ontem, que a campanha de segundo turno à Presidência da República fez muito bem ao PSDB do Ceará. O parlamentar disse ter ficado entusiasmado com a militância voluntária que trabalhou no Estado em favor da candidatura de José Serra e disse que o partido já está se reconstruindo. Ele chegou a comparar a mobilização tucana espontânea com a militância petista de outrora e foi claro em dizer que o partido deve punir os possíveis infieis que não seguiram a orientação da legenda nesta eleição.

As declarações do senador Tasso foram logo após ele ter votado. Acompanhado da esposa, Renata Queiroz Jereissati, de familiares, além de líderes e militantes do PSDB, ele se mostrou confiante na vitória de José Serra e voltou a afirmar que o País está precisando encontrar um "caminho consistente" que resgate valores da sociedade.

"Para nós do PSDB, o segundo turno foi maravilhoso. Nós conseguimos mobilizar a militância sem ninguém pago, sem ter que botar gasolina em carro de ninguém e nós vimos o PSDB se reavivar unicamente por meio do coração. Aquilo que há algum tempo ocorria com o PT, aconteceu conosco desta vez", afirmou, complementando que os tucanos do Ceará saem vitoriosos, independente do resultado das urnas.

Diferença

Com relação à perspectiva de votos do candidato José Serra no Ceará, Tasso disse ter segurança de que a diferença não seria tão grande como no primeiro turno entre Dilma Rousseff e José Serra. Ponderou que a abstenção deve ser levada em consideração, mas disse acreditar em algo em torno de 30% dos votos para Serra, no Estado.

Questionado sobre o nível de agressividade que a campanha tomou, sobretudo no segundo turno, Tasso não perdeu a oportunidade de criticar os adversários. "Eu conheço o PT desde 1986. Quando está por cima é um gentleman, qualquer coisa que o contrarie, ele dá canelada. Como a campanha foi para o segundo turno, eles saem fazendo confusão, isso está no DNA do PT", pontuou.

Divergência

Tasso afirmou que os tucanos que não apoiaram Serra neste segundo turno, devem ser punidos porque "no partido as pessoas têm que ter posição, clareza, ética, coerência e compromisso", acrescentando que "a linha tem que ser essa".

Com informações do Diário do Nordeste

domingo, 10 de outubro de 2010

Tasso aconselha: quem não for serrista, que vá logo para o PT

Em tom emocionado e sob aplausos de um auditório lotado de prefeitos, parlamentares eleitos e reeleitos e lideranças do Interior, o Senador Tassoo Jereossati garantiu que o “tom de oposição” deve continuar e que é preciso ter “brio, amor próprio e consciência tranquila para manter os princípios da ética.

“Vamos juntos e quem não quiser que se retire, vá para o PT, vá para onde quiser. Se ficarem só quatro ou cinco, nós vamos só com quatro ou cinco, mas vamos juntos com honestidade. Vamos para a vitória no segundo turno”, conclamou, em discurso durante reunião do PSDB, nesta sexta-feira, 8, no Hotel Vila Galé, o senador Tasso Jereissati. Ele comandou encontro que começou a mobilizar as bases tucanas para a campanha de segundo turno.

Ele convocou a todos para a campanha e aproveitou para agradecer apoio recebido em no pleito do ulrimo dia 03 que não o levou à reeleição: “Agradeço a todos pelo carinho e quero dizer que estou bem, que não me arrependo de nada, de nenhuma escolha que fiz”.

Segundo Tasso, a ordem é “manter a união e fortalecer o partido para garantir a vitória de José Serra, no que foi endossado em discursos do presidente regional do PSDB, Marco Penaforte, que destacou a trajetória de Serra: “Em 27 anos ocupando cargos públicos, não se tem um escândalo, uma acusação contra ele (o candidato Serra)“. Presente ao ato, o candidato derrotado do PSDB ao Governo, Marcos Cals, disse que não tinha mágoas e que estava de cabeça erguida para ajudar na eleição de Serra.

Será que agora os prefeitos tucanos entram na campanha do Serra?

Alguém precisa avisar o Senador Tasso que o PT não aceita todo mundo no partido.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Formação de nova lista sêxtupla da OAB para vaga de desembargador é alvo de protesto

Repercute decisão tomada pela OAB do Ceará de não realizar consulta à categoria quando da formação de nova lista para desembargador.
Surgiu outra vaga e a entidade informou que não fará isso porque está indisponível, por parte do TRE – em razão do pleito, a liberação de urnas eletrõnicas.

Ou seja, o Conselho Estadual da Ordem receberá inscrições de interessados e tratará de elaborar a lista sêxtupla, como informou em post este Blog, de acordo com informação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, Fernando Férrer.

O advogado Erinaldo Dantas, que questiona a vitória do atual presidente, Valdetário Monteiro, distribuiu nota repudiando tal medida.

Confira:

Advogadas e Advogados do Ceará,

Na última sessão do Conselho Seccional da OAB/CE, realizada na terça-feira, dia 21 de setembro de 2010, o Presidente em exercício (tratá-lo-ei sempre assim enquanto não for julgado recurso contra a eleição de novembro passado pelo Conselho Federal), trouxe, extrapauta, sem qualquer comunicação ou divulgação prévia, uma proposta de alteração do provimento que regula a escolha dos representantes da Advocacia no quinto constitucional, encerrando de forma arbitrária com a consulta prévia e direta aos advogados.

Propositura antidemocrática que contraria, inclusive, o estabelecido, por escrito, em sua promessa da campanha eleitoral de 2009.

Registre-se que a Presidência denegou, de forma arbitrária e indevida, quatro pedidos de vista de Conselheiros Seccionais, surpreendidos com este atentado à democracia, tendo a deplorável manobra sido aprovada pela maioria dos presentes.

A consulta prévia foi uma inovação trazida pela Gestão 2004-2006, sob a presidência do advogado Hélio Leitão que, apesar de ter representado um avanço, ainda não é, no meu pessoal entendimento, o formato ideal, que deveria contemplar exclusivamente aos advogados, por meio de voto direto, e não ao Conselho, a escolha da lista. Postura que defendi ao longo de minha jornada eleitoral de 2009.

A decisão da OAB/CE é uma medida antidemocrática, que, na melhor das hipóteses, é advinda de um algum tipo de uma ideia elitista, que sustenta que um pequeno grupo pode decidir melhor os destinos da maioria.

Além de um gigantesco retrocesso político, um atentado à democracia, é fruto de uma manobra furtiva e desprezivel, que sequer respeitou o direito de vista dos autos àqueles que ousam a pensar diferente, configurando uma ação antirrepublicana com conotação fascistóide.

Por isso, venho a público manifestar minha total discordância e indignação por esta emboscada aos ideais da OAB e do Estado de Direito.

Fortaleza, 22 de setembro de 2010.

Erinaldo Dantas Filho,
OAB/CE 11.200.

Na Coluna Política de hoje do O POVO: a “desintegração cearense”

A DESINTEGRAÇÃO DE UM CRIME

Reportagem exclusiva do O POVO mostra que o empresário Raimundo Morais Filho, através de uma nota assinada (com firma reconhecida em cartório), nega o conteúdo da matéria veiculada pela Veja. Segundo a revista, a Polícia Federal investiga um esquema de corrupção que teria desviado R$ 300 milhões de prefeituras e que entre os beneficiados estariam o governador Cid Gomes e o deputado federal Ciro Gomes. Veja o fac-símile da nota na edição de hoje do O POVO. Na nota, Morais afirma que não redigiu “um minucioso relatório” sobre os crimes para negociar “delação premiada”, como afirma o texto da revista. O empresário disse que falou somente uma vez com o repórter Leonardo Coutinho, autor da reportagem, que solicitava uma entrevista. “Entretanto, disse apenas que se negava a ser entrevistado para evitar polêmica sobre o caso ou mesmo retaliação”. Morais também diz na nota que lamenta o enfoque da Veja, que se mostra “tendenciosa e se apresenta de forma distorcida da realidade”.

A LUPA SOBRE AS OPERAÇÕES

Jogue-se a lupa no envolvimento de Raimundo Morais Filho nas investigações da PF e nas operações Gárgula e Província. O Ministério Público do Ceará, em conjunto com a CGU, PF e Receita Federal, desencadeou, em 3 de março, a Operação “Província”. O objetivo foi desarticular uma quadrilha especializada no desvio de verbas públicas, com a participação de servidores públicos e membros de comissões de licitação. Os trabalhos tiveram o apoio do TCM e da Secretaria da Segurança Pública do Ceará. Durante a operação “Província” foram efetuadas nove prisões e cumpridos 12 mandados de busca e apreensão. A operação foi um desdobramento da Operação “Gárgula”, deflagrada em dezembro do ano passado pela CGU e Polícia Federal, na qual também foi identificada a atuação de um grupo de empresas que vinha sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Ceará. Ou seja, são duas operações entrelaçadas.

O PERSONAGEM CHAVE DO CASO

No balanço oficial da Operação Gárgula (dezembro de 2009), a Polícia Federal afirmou em nota que “finalizou os trabalhos cumprindo os 15 mandados de prisão e os 52 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal”. É ai que o caldo começa a engrossar. Morais não foi preso nessa operação (como havia afirmado a revista), mas entre as 15 prisões está relacionado o nome do vice-prefeito de Guaramiranga, Marcos Antônio Caracas de Souza, e seu irmão Francisco Ésio de Souza Junior, que é genro do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR). Na sequência das investigações, a Polícia Federal desencadeou, em 29 de abril, quatro meses depois da primeira ação, a Operação Gárgula II, que atingiu 11 prefeituras do Interior (Maracanaú, Itaitinga, Aracati, Fortim, Cariús, Senador Pompeu, Quixeramobim, Quixeré, Miraíma, Beberibe e Pacujá). É a partir dessa teia de relações que surge o nome do advogado Paulo Goyaz, peça-chave no rumo dos complexos acontecimentos.

NOS CORREDORES DE BRASÍLIA

Paulo Goyaz Alves da Silva é um conhecido advogado com atuação no Distrito Federal. Filiado ao PTB, é secretário de Relações Sindicais do Partido em Brasília. Ligado ao senador Gim Argello (suplente de Joaquim Roriz, que renunciou), chegou a ocupar o cargo de subsecretário no Governo do DF no auge da crise do Mensalão do DEM (ficou no cargo até a decretação da prisão do ex-governador José Roberto Arruda). Antes, teve seu nome citado no mensalão petista chegando a depor no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. No depoimento, confirmou ter recebido R$ 964,36 mil do PP para defender o ex-deputado Ronivon Santiago. A suspeita era que o dinheiro tenha sido fruto do esquema capitaneado pelo publicitário Marcos Valério. Goyaz também depôs como testemunha de defesa do então deputado Pedro Corrêa (PP), apontado como um dos beneficiários (R$ 4,1 milhões) do esquema de Valério.

CONEXÕES COM O CEARÁ

Mas, voltemos ao Ceará. Em 2008, Goyaz foi o advogado contratado pelo PTdoB cearense numa ação contra a diplomação do deputado estadual Júlio César Costa Lima, tucano opositor de Roberto Pessoa em Maracanaú. É estranho que o modesto PTdoB tenha poder de fogo para tal. Logo depois da Operação Gárgula II, em maio passado, Goyaz foi constituído por Raimundo Morais Filho para ser o seu advogado nas questões relativas ao caso. O fato chama a atenção. Afinal, em sua nota, Morais diz que “vive modestamente”. Então, como teve dinheiro para pagar um advogado com tal envergadura? Na sequência dos acontecimentos, Goyaz passou a ter atuação ainda mais marcante na política do Ceará ao ser constituído como advogado da coligação “Por um Ceará melhor para todos”. Portanto, advoga para a aliança que une o PR ao PPS e tem Lúcio Alcântara (PR) como candidato a governador. Ou seja, Goyaz foi advogado de Raimundo Morais Filho, o suposto delator do desvio dos R$ 300 milhões que envolveria Cid e Ciro Gomes, enquanto também advogava para a coligação que se opõe ao governador. Enfim, pela teia de circunstâncias, a história requer melhores e maiores investigações.

por Fábio Campos

Empresário citado em reportagem da Veja nega ter dado entrevista e ter feito acusações contra Cid e Ciro

Personagem central num suposto esquema de desvio de verbas públicas denunciado nesta semana pela revista Veja, o empresário Raimundo Morais Filho afirmou, em nota de esclarecimento enviada ontem à imprensa, que “não redigiu minucioso relato sobre crimes para negociar um acordo de delação premiada com o Ministério Público”, como diz a publicação.

Segundo a reportagem, Morais Filho seria responsável por receber – entre 2003 e 2009 – recursos de licitações direcionadas por prefeituras cearenses para as suas 17 empresas. O empresário, por sua vez, garante possuir apenas uma empresa.
Ao todo, de acordo com a Veja, teriam sido desviados R$ 300 milhões, vindos do Ministério da Integração Nacional, na época em que o Ciro Gomes (PSB) comandava a pasta, e posteriormente do Governo do Estado, quando Cid Gomes (PSB) já era governador.

Do valor de cada contrato, o empresário embolsaria 4%, e enviaria o restante para o deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal articulador de Cid na Assembleia. O restante do dinheiro retornaria para as prefeituras, que executariam obras com qualidade abaixo da prevista em contrato. O valor que sobrava alimentaria um caixa-dois que teria ajudado a eleger, em 2006, Cid governador e Ciro deputado federal.

Na nota, Morais Filho esclarece que atendeu apenas uma ligação do repórter responsável pela matéria, e que teria dito que se negava a conceder entrevista “para evitar polêmica sobre o caso ou mesmo retaliação, pois o processo envolvia dezenas de autoridades e pessoas influentes em diversos municípios do Ceará”. O empresário disse, na nota, que jamais externou indignação com as autoridades citadas na matéria, e ressaltou que nunca se sentiu acuado por ninguém e que não acusou Cid, Ciro nem Zezinho de qualquer crime.

Morais Filho esclareceu ainda que não foi preso na Operação Gárgula, ocorrida em dezembro de 2009, mas sim três meses depois, na Operação Província, um desdobramento da primeira. Ele teria se apresentado espontaneamente à Justiça e cumprido cinco dias de prisão.

Proteção

O POVO apurou que, após a publicação da matéria, Cid determinou ao secretário de Segurança do Estado, Roberto Monteiro, proteção para Morais Filho, que estaria sendo ameaçado de morte. Assim, o governador não poderia ser responsabilizado caso algo aconteça a ele.

Ontem, o governador chegou a afirmar que não teme que as denúncias atrapalhem a sua performance eleitoral. “As pessoas já são meio vacinadas de que denúncias feitas assim, na véspera da eleição, isso não é uma coisa séria.

Com informações O POVO

PCdoB divulga nota em solidariedade a Cid e Ciro

A direção estadual do PCdoB divulgou nota de solidariedade ao governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, e ao deputado federal Ciro Gomes (PSB) em face da caluniosa reportagem da Veja, em sua última edição.

Confira:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

O Partido Comunista do Brasil no Ceará manifesta sua inteira solidariedade ao governador Cid Gomes e ao Deputado Federal Ciro Gomes, em face das acusações levianas que lhes foram feitas pela revista Veja. A matéria foi prontamente desmentida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, que negaram qualquer relação do governador e do deputado federal com os acontecimentos nela relatados. Tal fato revela que o objetivo da matéria é apenas o de oferecer subsídios para a ação de forças que tentam se salvar da derrota iminente, não se importando se para isso atinjam a honradez de personalidades bem avaliadas pelo povo cearense.

Forças em franco declínio no plano estadual e nacional apelam para práticas repugnantes, optam pelo denuncismo, ao invés do debate político e a apresentação de propostas factíveis. Nesta eleição, o que se vê no Ceará, neste momento, é uma replica da mesma ação nefasta que se faz contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff.

As mudanças vividas no Ceará, assim como no Brasil, buscam o desenvolvimento com melhoria de vida para a população, com valorização do trabalho, geração de mais empregos, melhorias reais dos salários, políticas sociais inclusivas, que elevem o padrão de vida de expressivos segmentos da sociedade. Tais mudanças provocam novos arranjos políticos, isolam aqueles que ignoram as reais necessidades da população em favor dos interesses de pequenos e privilegiados grupos.

A exemplo do que ocorre com Dilma Rousseff, as sucessivas tentativas de atingir a honra e a imagem do governador Cid Gomes e do deputado Ciro Gomes não surtiram e nem surtirão efeito negativo. O povo sabiamente tem demonstrado o seu reconhecimento e dará uma resposta contundente às tentativas conservadoras de inibir o avanço das mudanças em curso.

Fortaleza, 21 de setembro de 2010.

Comissão Política Estadual do PCdoB/CE.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PMDB do Ceará divulga nota de solidariedade ao governador Cid Gomes e ao deputado Ciro Gomes

O diretório estadual do PMDB, sob comando de Gaudêncio Lucena, divulgou, nesta terça-feira, nota oficial manifestando solidariedade ao governador e candidato à reeleição Cid Gomes e ao deputado federal Ciro Gomes. Ambos aparecem em reportagem da revista Veja que trata sobre suposto esquema envolvendo prefeituras cearenses.

Confira:

AO POVO DO CEARÁ

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro PMDB – Ceará, vem a público manifestar solidariedade ao governador do Estado, Cid Ferreira Gomes, e ao deputado federal Ciro Ferreira Gomes, vítimas de repulsivo ataque à honradez desses dois homens públicos, que construíram sólida biografia ao longo de quase três décadas de ação política.

A mais recente edição de uma revista de circulação nacional publica matéria contra a reputação de integridade e contra o espírito público desses dois homens que têm dedicado a vida à mitigação das abissais injustiças sociais existentes no nosso Estado, na Região Nordeste e, por que não dizer, no Brasil. O Ministério Público e a Polícia Federal já declararam inexistir qualquer processo investigatório contra o governador Cid ou contra o deputado Ciro.

É lamentável que o processo eleitoral traga à superfície, como subproduto do que há de pior no arsenal de ataques políticos produzidos por adversários, mentiras que tentam se travestir de verdades.

O PMDB do Ceará conhece a trajetória política honrada de Ciro e de Cid. O Ceará acompanha a dedicação pública e o desprendimento desses dois irmãos. Hipotecamos, portanto, irrestrita solidariedade a ambos e esperamos que essa reta final da campanha eleitoral de 2010 sirva para que os diferentes lados da política cearense exponham suas ideias e cabalem votos e apoio popular dentro das regras democráticas.

O PMDB do Ceará respeita o povo. O PMDB do Ceará respeita a Justiça. O PMDB do Ceará luta por uma ação política onde sejam debatidos ideais e projetos públicos. O PMDB manifesta total repulsa a ataques políticos que mistifiquem a verdade.

Fortaleza, 21 de setembro de 2010.

Diretório Estadual do PMDB.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

PF divulga nota isentando Cid e Ciro de envolvimento em processo divulgado pela Veja

A Superintendência Regional da Polícia Federal divulgou, nesta segunda-feira, nota isentando o governador Cid Gomes, candidato à reeleição pelo PSB, e seu irmão, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) das investigações que foram alvo de reportagem da revista Veja. A matéria fala do envolvimento de ambos em um suposto esquema com prefeituras cearenses.

Eis a nota:

NOTA À IMPRENSA

Em referência à reportagem publicada na Revista Veja, edição nº 2183, páginas 82-83, intitulada “Integração Cearense”, a Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará informa que as investigações em andamento não alcançaram qualquer autoridade federal ou estadual detentora de foro privilegiado, tampouco o Governador do Estado do Ceará, CID FERREIRA GOMES, e o deputado federal CIRO FERREIRA GOMES.

Por esse motivo o processo que a revista faz alusão tramita em 1ª instância, na Justiça Federal do Ceará.

Informa ainda que as investigações encontram-se sob segredo de justiça, razão pela qual nenhuma outra informação será fornecida.

Comunicação Social da Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará.

A nota pode ser acessada na página da Polícia Federal na internet.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um erro do senador Tasso

Do alto de sua indisfarçável prepotência, o senador Tasso Jereissati se mete a fazer observações infundadas sobre a economia do Estado e acusa o governo Cid de “enganar o povo do Ceará” e que “tudo está parado no Ceará”(O POVO, 31/8, p. 15). Para contestar, apresento dados sobre o mercado de trabalho formal do Estado, que é o melhor termômetro da atividade econômica, no período janeiro/1995 – julho/2010.

Os postos de trabalho com carteira assinada, gerados no governo Tasso, no período de 1995–1998, sofreram uma redução de 12.112 unidades; no período 1999–2002, atingiram 71.403; no governo Lúcio, 2003–2006, chegaram a 113.934 e, no governo Cid, de janeiro/2007 a julho/2010, 183.715 empregos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
O número de empregos no governo Cid é 61,25% superior ao governo Lúcio e 157,29% maior que o saldo do governo Tasso, no segundo mandato. No primeiro, Tasso deixou o governo com 12.112 empregos a menos. A atividade de serviços, maior empregadora da economia cearense, gerou 61.981 postos de trabalho, contra 33.937 no governo Tasso. Na indústria, foram 51.237 empregos no governo Cid, contra 23.330 na era Tasso.

Sobre a matéria “Cálculo Proporcional” (O POVO, 31/8, p. 15), onde se diz que, proporcionalmente, o governo Tasso gerou mais empregos que o governo Cid é, a rigor, um completo equívoco. Na verdade, o índice 3,93%, alcançado pela parcela estadual (71.403 empregos) do total de empregos do País, no governo Tasso, decorreu do fato de o nível de emprego nacional ter sido muito baixo, por conta da recessão.
Já no governo Cid, a história é bem outra: a parcela 3,21% de empregos do País se reporta a uma economia em expansão desde 2003 e, por isto, o saldo de 183.715 postos de trabalho em julho de 2010 com expectativa de crescimento.

José de Freitas Uchoa - Economista e Secretário de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vem aí nova pesquisa de intenção de votos no Ceará

Os pesquisadores do instituto DataFolha caem em campo nesta quinta (9) e sexta-feira (10) para levantar informações que serão consolidadas em mais uma pesquisa de intenção de voto.

O levantamento do Datafolha foi encomendado pelo jornal O Povo e está registrado no TRE sob nº. 29210/2010.

O instituto vai entrevistar 920 eleitores em 41 municípios cearenses para saber sua preferência na disputa dos cargos para Presidente, Governador e Senador.

A grande expectativa é a confirmação de queda do Senador tucano mostrada na pesquisa anterior.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TSE arquiva representação tucana

A representação da coligação "O Brasil pode Mais", encabeçada por José Serra (PSDB), foi arquivada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a decisão do ministro Aldir Passarinho Junior tomada nesta quinta-feira (2) sustenta que as violações de sigilo fiscal denunciadas pela imprensa consistem em crime comum, e que não há evidências de que Dilma Rousseff (PT) tenha sido beneficiada.

A representação da oposição pedia cassação do registro de candidatura usando citações de reportagens de jornais e da revista Veja para estabelecer vínculos entre o comando da campanha petista com violações de sigilo fiscal de pessoas ligadas aos tucanos, como o vice-presidente da legenda, Eduardo Jorge, e a filha de José Serra, Veronica.

Segundo o ministro, os documentos apresentadas pelos advogados do candidato tucano na ação não demonstram, de forma concreta, que tenha havido danos ao equilíbrio da disputa. Tampouco há dados sobre a relação com Dilma, nem sobre benefícios obtidos a partir desse fato.

Para Aldir Passarinho Junior, o caso é de cunho penal comum. Por isso, ele defende a participação do Ministério Público Federal na apuração de responsabilidades.

Agora o desespero da tucanada tende a aumentar.

domingo, 29 de agosto de 2010

O medo de Serra


Quando visitou o Cariri no início Serra recebeu um abraço de Roberto Jacu que o levantou. O medo de Serra ficou registrado na foto acima, naquele dia o medo de Serra de cair era grande, sendo consolidado nas últimas pesquisas.

O Prefeito Samuel Araripe e o Senador Tasso Jereissati riram do medo de Serra.

Confira novamente o medo de Serra no Cariri do meu Ceará:

sábado, 28 de agosto de 2010

Dilma abre 24 pontos à frente de Serra, mostra Ibope

Após dez dias de exposição dos candidatos à Presidência no horário eleitoral, a petista Dilma Rousseff abriu 24 pontos de vantagem sobre o tucano José Serra. Se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno, com 59% dos votos válidos.

Segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na noite de ontem, a candidata do PT chegou a 51% das intenções de voto, um crescimento de oito pontos porcentuais em relação ao levantamento anterior do mesmo instituto, feito às vésperas do início da propaganda eleitoral.

Desde então, Serra passou de 32% para 27%. Marina Silva, do PV, oscilou de 8% para 7%. Somados, os adversários da petista têm 35 pontos, 16 a menos do que ela.

O desempenho de Dilma já se equipara à de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2006. Na época, no primeiro turno, o então candidato do PT teve 59% dos votos válidos como teto nas pesquisas.

São Paulo

Dilma ultrapassou Serra em São Paulo (42% a 35%) e tem o dobro de votos do adversário (51% a 25%) em Minas Gerais - respectivamente primeiro e segundo maiores colégios eleitorais do País.

No Rio de Janeiro, terceiro Estado com a maior concentração de eleitores, a candidata do PT abriu nada menos do que 41 pontos de vantagem em relação ao tucano (57% a 16%).

Regiões

Na divisão do eleitorado por regiões, Dilma registra a liderança mais folgada no Nordeste, onde tem mais que o triplo de votos do rival (66% a 20%%). No Sudeste, ela vence por 44% a 30%, e no Norte/Centro-Oeste, por 56% a 24%.

A Região Sul é a única em que há empate técnico: Dilma tem 40% e Serra, 35%. A margem de erro específica para a amostra de eleitores dessa região chega a cinco pontos porcentuais. Mas também entre os sulistas se verifica a tendência de crescimento da petista: ela subiu cinco pontos porcentuais na região, e o tucano caiu nove.

Renda

A segmentação do eleitorado por renda mostra que a candidata do PT tem melhor desempenho entre os mais pobres. Dos que têm renda familiar de até um salário mínimo, 58% manifestam a intenção de votar nela, e 22% em Serra.

Na faixa de renda logo acima - de um a dois salários mínimos -, o placar é de 53% a 26%. Há um empate entre a petista (39%) e o tucano (38%) no eleitorado com renda superior a cinco salários.

Também há empate técnico entre ambos no segmento da população que cursou o ensino superior. Nas demais faixas de escolaridade, Dilma vence com 25 a 28 pontos de vantagem.

A pesquisa foi registrada no TSE com número 26.139/2010 e ouviu 2.506 pessoas. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pimentel vai apostar na "marca PT"

Começou com um mal estar político. Depois, vieram as primeiras rusgas. Agora, surge uma estratégia capaz de estremecer a dobradinha que tenta eleger no Ceará dois senadores da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a priorização, por parte do PT, do nome do candidato do partido, José Pimentel.

De acordo com fontes petistas, a tática é a seguinte: nos próximos dias será despejado na campanha ao Senado no Estado farto material produzido exclusivamente com Pimentel. O vermelho e a estrela, principais símbolos do partido, serão bastante explorados. E dizeres na linha “o senador do Lula e do PT” aparecerão, em destaque, junto à foto de Pimentel.

“Qualquer um pode dizer que é o senador do Lula. Eu quero ver dizer que é senador do PT”, provoca a fonte, numa referência indireta ao peemedebista Eunício Oliveira. “Vamos avermelhar a campanha”, completa, acreditando que a grife PT fará a diferença.
Em 2010, serão eleitos dois senadores pelo Ceará. Pesquisas de intenção de voto colocam o senador Tasso Jereissati (PSDB) liderando a disputa, com Eunício e Pimentel disputando entre si a segunda vaga.

Segundo O POVO apurou, a produção do material já estaria em curso, com previsão de sair de uma gráfica em Fortaleza dentro de quatro ou cinco dias.
Fruto de um grande arco de aliança que pretende reeleger o governador Cid Gomes, a dobradinha Pimentel e Eunício usa o verde, amarelo e branco como cores padrão. “Aquela novelinha de todo mundo ser igual vai acabar”, antecipa outro petista.

O estopim para a campanha de Pimentel ser diferenciada da de Eunício teria sido a festa política feita em Iguatu, no último final de semana, onde peemedebistas pediram voto para Eunício e Tasso. Conforme O POVO vem mostrando desde então, é cada vez menos raro caso de prefeitos desobedecendo a dobradinha PT-PMDB.

A iniciativa petista, porém, não significa “lavar as mãos” para a dobradinha Eunício-Pimentel, como chegou a dizer uma fonte do PT, diante do episódio de Iguatu. Apesar do constrangimento, Eunício deverá continuar sendo o segundo nome para o Senado no PT.

A assessoria de Pimentel confirma a confecção do material, que seria “uma demanda da própria militância do PT”. “É um processo natural, você vai fazendo ajustes. Não há rompimento nenhum”, justifica.

EMAIS

Diante das ameaças de ruptura, as cúpulas do PT e PMDB têm reforçado a quantidade de prefeitos que apoiam a dobradinha entre Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) ao Senado. A assessoria de Eunício fala em 120 gestores municipais que apoiam os dois. O Ceará tem 184 municípios.

O deputado estadual Domingos Filho (PMDB), candidato a vice-governador de Cid Gomes (PSB), afirma que, de 14 prefeitos do PMDB ligadas a ele, 12 defendem a dobradinha. Apenas os de Icó e Aquiraz estariam apoiando Eunício e Tasso.

A cúpula petista ainda garante que as 15 prefeituras do PT votam na dobradinha. O POVO apurou que o prefeito de Acaraú, do PT, não deverá votar em Eunício, pelas desavenças que tem com o PMDB municipal.

Com informações do Jornal O Povo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Datafolha sobre Ceará será divulgado nesta 6ª feira no Jornal O POVO

“A nova rodada da pesquisa O POVO/Datafolha já está no forno. O resultado, bem quentinho, pode ser conferido hoje à noite, a partir das 21h20min, na TV O POVO, que vai divulgar o resultado da pesquisa para presidente da República, no Ceará. As entrevistas – coletadas entre terça-feira e ontem – já retratam a nova realidade, pós-horário eleitoral gratuito e pós-debate do Grupo de Comunicação O POVO.

Já o resultado completo da disputa eleitoral para o Governo do Estado será divulgado amanhã nas páginas do O POVO. No último levantamento do Instituto, divulgado em 21 de julho, Cid Gomes (PSB) registrava 47% das intenções de voto, seguido por Lúcio Alcântara (PR), com 26%, e Marcos Cals (PSDB), com 7%.”

(da Coluna Vertical, do O POVO)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Josias de Souza: Declínio de Serra leva a oposição a priorizar o Senado

Esboçada em todas as pesquisas de opinião, a perspectiva de vitória de Dilma Rousseff deslocou o foco da oposição.

As cúpulas do PSDB e do DEM decidiram voltar suas atenções para a disputa travada nos Estados pelas cadeiras do Senado.

A iniciativa da articulação partiu de Fernando Henrique Cardoso. Ele deflagrou o movimento na semana passada.

Sem alarde, FHC dividiu suas apreensões com Jorge Bornhausen, presidente de honra do DEM; e Sérgio Guerra, presidente do PSDB.

Acha que, confirmando-se o triunfo de Dilma, não restará à oposição senão erguer no Legislativo barricadas contra a “dominação” petista.

Dá-se de barato que a maioria governista na Câmara, acachapante sob Lula, tende a ser ainda maior numa eventual gestão Dilma.

E tenta-se reproduzir no Senado o quadro que permitiu à oposição impor ao Planalto derrotas como a rejeição da emenda que prorrogava a CPMF.

Excluído da campanha tucana de José Serra, que prefere exibir Lula no rádio e na TV, FHC declara-se, em privado, preocupado com os rumos da própria democracia.

Revela-se receoso de que a expectativa do poder longevo leve o petismo a tentar mimetizar no Brasil o modelo autocrático do venezuelano Hugo Chávez.

Enxerga no Senado a única trincheira na qual a oposição ainda pode se posicionar para deter eventuais "arroubos antidemocráticos”.

Ficou combinado que, em entrevistas e artigos de jornal, os líderes da oposição devem ostentar um discurso voltado à classe média.

Em essência, vai-se esgrimir a tese segundo a qual o poder do Executivo precisa ser submetido ao contrapeso de um Congresso capaz de vigiá-lo.

Candidato ao Senado pelo DEM do Rio de Janeiro, o ex-prefeito Cesar Maia foi o primeiro a levar o discurso aos lábios.

Num vídeo que pendurou em sua página na internet, na última sexta (20), Cesar Maia fez referência ao Datafolha.

Sem meias palavras, disse que a vantagem de 17 pontos percentuais atribuída a Dilma leva a um deslocamento do “foco para as eleições do Senado”.

“Essa é uma questão da maior preocupação de todos nós, que somos amantes da democracia”, disse Cesar Maia.

“Queremos evitar que, no Brasil, aconteça o que aconteceu na Venezuela", acrescentou. Para ele, o “jogo” agora é “o controle do Senado”.

No centro das apreensões de tucanos e ‘demos’ está um número mágico: 47. É esse o escore necessário à aprovação de uma emenda constitucional no Senado.

Hoje, Lula dispõe da maioria dos votos dos 81 senadores. A supremacia é, porém, apenas nominal.

Em articulação com dissidentes governistas, a oposição impôs derrotas ao governo até em votações de projetos que exigem a maioria simples de 41 votos.

Atento à fragilidade do consórcio que lhe dá suporte no Senado, Lula empenha-se em prover para Dilma um cenário mais confortável.

Em público, o presidente pede votos em comícios para sua pupila e também para os candidatos ao Senado alinhados com o governo.

Para sensibilizar as platéias, Lula não se cansa de recordar que, ao derrubar a CPMF, a oposição o privou de injetar R$ 40 bilhões na saúde.

Entre quatro paredes, Lula afirma aos políticos que o cercam: “Um senador vale mais do que três governadores”.

Nas eleições de 2010, estão em jogo 54 dos 81 assentos do Senado. Deve-se ao Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) o estudo mais completo sobre prognósticos.

O levantamento carece de atualizações. Mas é, por ora, o que mais se aproxima da guerra travada nos Estados.

O documento esboça um quadro pouco alvissareiro para a oposição. Estima que o PMDB deve conservar nas urnas a condição de dono da maior bancada do Senado.

Prevê que o PT pode saltar da quarta para a segunda colocação em número de senadores. E vaticina a redução das bancadas oposicionistas.

Hoje, PSDB e DEM operam com 14 senadores cada um, atrás do PMDB e à frente do PT.

Tomados pelas previsões do Diap os tucanos correm o risco de ser deslocados para a terceira posição. E os ‘demos’ para a quarta. Daí a preocupação de FHC e Cia..

sábado, 21 de agosto de 2010

“Advogados versus Conselho da OAB-CE”

Nos últimos dias, os advogados cearenses movimentaram-se no intuito de votar em até três nomes, dentre os 17 colegas que postulavam a unção ao cargo de desembargador, passando a integrar o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), em observância ao Quinto Constitucional, instrumento que assegura um quinto dos assentos nos tribunais para advogados e membros do Ministério Público.

Nessa votação, acontecida em 30/07/10, compareceram 2.742 advogados, entre os oito mil adimplentes na OAB, aptos a votar, uma cifra um pouco inferior a colhida na eleição similar, de julho de 2007, sendo daí extraída a lista dos doze nomes com maior número de votos, e habilitados, por conseguinte, a tomar parte na segunda fase do certame.

Em 9/08/10, os doze mais votados foram argüidos por membros do Conselho Seccional da OAB no Ceará (OAB-CE), responsável pela definição e homologação da lista sêxtupla, a ser remetida ao Tribunal de Justiça, ao qual compete avaliar e compor uma lista tríplice, de onde emergirá o escolhido, por livre vontade do Governador Cid Gomes.

A divulgação da lista quíntupla, e não sêxtupla, como prevista, provocou desconforto nos votantes, e no grande público, que acompanhava o processo de escolha do novo desembargador, à conta da mudança na ordem das posições definidas na consulta plebiscitária. Mesmo tendo confirmados, nessa lista, quatro dos seis mais votados na dita consulta, o Conselho Seccional incluiu um nome, que não figurava da preferência manifestada pelo público consultado, porquanto constava na décima posição.

O mais estranho, contudo, e que cobra as devidas explicações, foi a exclusão do candidato classificado em primeiro lugar, com 913 votos, no primeiro escrutínio, reproduzindo o que houve no plebiscito anterior, quando um brilhante jurista, detentor de vasto e consistente currículo, foi deslocado, pelo Conselho da OAB-CE, da primeira para a sétima posição.

No presente processo, a leitura feita por alguns “experts” imputa a eliminação ao fato do expurgado ser um procurador, que não vivenciava tanto os percalços da prática advocatícia cotidiana. É reconhecido que, de conformidade com as normas do processo eleitoral vigente, o Conselho Seccional executa uma ação relevante, não se limitando a homologar o que emanou das urnas, se bem que não seria exagero requerer, desse colegiado, sua atenção aos ecos procedentes das bases da categoria.

O aprendizado que se pode lograr do acontecimento seria o de trocar as etapas da seleção, comportando ao Conselho Seccional iniciar os procedimentos, por meio da prévia análise de memorial e de currículo, sequenciado da sabatina dos candidatos, qualificando os doze que seriam sujeitos à consulta dos colegas, implicando essa mudança retração de despesas de campanha e redução da “pressão” sobre o eleitorado.
Fica a sugestão para o próximo embate: “Conselho Seccional da OAB versus Advogados: buscando uma vaga de desembargador”.

Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

IBOPE: só fato novo muda curso da disputa presidencial

A 43 dias das eleições presidenciais, apenas um fato novo, fora de controle, poderá mudar o rumo da campanha. Sem esta virada, a tendência é que a candidata do PT, Dilma Rousseff, saia vitoriosa no primeiro turno, em 3 de outubro, como apontam pesquisas recentes de intenção de voto.

A avaliação é da diretora-executiva do Ibope, Marcia Cavallari.

No levantamento do instituto divulgado há três dias, Dilma tem 11 pontos percentuais de vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), e, computados apenas os votos válidos --excluídos brancos, nulos e indecisos--, ela venceria com 51 por cento, enquanto Serra contaria com 38 por cento neste cálculo.

"Se nada acontecer, e avaliando as tendências até o momento, as chances dela ganhar no primeiro turno são muito grandes", disse Marcia à Reuters.

"Não exime que na reta final da campanha aconteça algum fato que possa trazer um impacto grande nas campanhas", avalia. "A gente está entrando numa fase da campanha que é a fase onde nenhum dos candidatos pode ser pego de surpresa."

Na hipótese de a "surpresa" se resumir a uma acusação de Serra contra Dilma ou contra o petismo, é preciso que venha bem fundamentada, caso contrário dificilmente terá o efeito desejado.

Segundo a executiva do Ibope, o eleitor precisa ter certeza que a denúncia é verdadeira, fundamentada e com provas.

"Se ficar só no discurso, o eleitor já tem este filtro de falar que isso faz parte do jogo, de um ficar atacando o outro. A gente vê ao longo das campanhas que o eleitor não gosta."

Outros ingredientes podem afetar a intenção de voto do eleitor. O horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, as inserções na mídia, que tiveram início esta semana, e os debates terão impacto na campanha.

Com esses programas, o eleitor vai começar a comparar os candidatos de uma forma mais direta porque vai receber informações de todos ao mesmo tempo. Podem favorecer ou desmerecer os concorrentes.

Para procurar reverter o cenário, diz a executiva do Ibope, Serra poderia potencializar seu grau de experiência e sua trajetória política e reforçar que tem condições de exercer a continuidade das políticas públicas que são bem avaliadas pela população, mesmo sendo de oposição.

Serra já tem um terço dos votos daqueles que consideram o governo Lula como bom e 19 por cento daqueles que veem a gestão federal como ótima, segundo dados do Ibope. A aprovação ao governo Lula chega a 78 por cento.

Por Carmen Munari (Reuters)

sábado, 14 de agosto de 2010

Perto do paraíso

Diante dos novos números do Datafolha, a questão que se coloca a partir de agora na campanha presidencial é: haverá segundo turno? Hoje, a resposta que parece mais crível é "não".

A vantagem que Dilma Rousseff abre sobre José Serra, de oito pontos (41% a 33%), não lhe daria, ainda, a vitória em 3 de outubro. Mas a petista, pela primeira vez, fica perto de liquidar a fatura pela via rápida, expectativa que Lula, em particular, alimenta e tem feito questão de transmitir à cúpula da campanha.

Como Marina, do PV, estacionou nos 10% e Serra caiu, hoje faltariam a Dilma apenas 3 pontos percentuais para obter mais de 50% dos votos válidos. Ou seja, o lulismo abriu a Dilma a porta do paraíso.

É com essa expectativa e diante dessa nova configuração de forças que daqui a três dias a disputa passa a ser travada na TV, com o início do horário eleitoral gratuito. Não faz muito tempo, os tucanos imaginavam que poderiam chegar à fase da guerra televisiva com alguma vantagem sobre Dilma. Nas últimas semanas, ficou claro que um empate técnico na largada do horário eleitoral estaria de ótimo tamanho. Tudo isso agora já é conversa velha.

Pessoas escoladas no jogo eleitoral-televisivo apostam que Dilma irá se beneficiar do primeiro impacto das imagens ao lado de Lula. Isso quer dizer que, se ela não crescer e a distância em relação a Serra não aumentar na primeira semana de TV, isso será uma surpresa.

Em 2006, antes de começar o horário gratuito, Geraldo Alckmin tinha 24%, contra 47% de Lula. O tucano cresceu muito na TV, houve o escândalo dos aloprados e a disputa foi a segundo turno (quando Alckmin, literalmente, encolheu). Mas ele era um desconhecido no país antes de surgir na telinha. De certa forma, a situação agora se inverte: muita gente ainda não sabe que Dilma é "a mulher do Lula".

Tudo, ou quase tudo, conspira contra José Serra. Descolar Dilma de Lula e evitar a derrota no primeiro turno se tornou muito difícil.

Por FERNANDO DE BARROS E SILVA

Dilma passa Serra em Minas; tucano só lidera no Sul

Dilma Rousseff (PT) cresceu em todos o Estados pesquisados pelo Datafolha, passou José Serra (PSDB) em Minas Gerais e agora lidera nas regiões Nordeste e Sudeste. O tucano mantém a dianteira no Sul do país.

No levantamento anterior, feito de 20 a 23 de julho, o Sudeste estava dividido entre Dilma e Serra, com um Estado para cada um e Minas Gerais rachado entre os dois.
Agora, Dilma não só aumentou em dez pontos sua vantagem no Rio de Janeiro mas também é a mais votada entre os mineiros.

Dilma tem 41% das intenções de voto em Minas, contra 34% de Serra (estava 35% a 38%, respectivamente). O Estado é o segundo maior colégio eleitoral do país.
No Rio, terceiro colégio, onde Dilma tem 41% de intenção de voto, Serra aparece com 25% e já vê Marina Silva (PV) se aproximar, com 15%.

Em São Paulo, que concentra 30 milhões de eleitores (22% do eleitorado), Serra mantém a ponta, mas viu sua vantagem cair sete pontos.

O melhor desempenho de Dilma continua sendo em Pernambuco, onde ela também apresenta seu maior crescimento. A vantagem da petista sobre Serra entre os pernambucanos, que era de 15 pontos, agora é de 33. O Estado tem 6,3% do eleitorado.
O segundo maior crescimento de Dilma se deu na Bahia, quarto maior colégio eleitoral. A petista acrescentou 11 pontos à sua vantagem sobre Serra e agora tem 48% de intenção de voto entre os baianos, e o tucano, 26%.

Na região Sul do país, porto seguro de Serra, Dilma também cresceu, mas o tucano mantém a preferência entre gaúchos e paranaenses.

No Rio Grande do Sul, com 8,1 milhões de eleitores, Serra tem 43% de intenção de voto, e Dilma, 35%. A vantagem tucana, que era de 12 pontos, caiu para 8.
No Paraná, onde Serra tinha a maior vantagem no levantamento anterior (15 pontos), a distância também encurtou. Agora o tucano está sete pontos à frente de Dilma.

UIRÁ MACHADO DE SÃO PAULO

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Serra no JN foi um desastre: pelo menos 8 mentiras, 2 contradições e 9 erros políticos

A entrevista de José Serra (PSDB/SP) no Jornal Nacional foi um desastre.

Contamos 8 mentiras, 9 erros políticos, e Serra ainda conseguiu cair em contradição duas vezes dentro da mesma entrevista. É muita coisa para um candidato só em 12 minutos de entrevista.

Em negrito estão nossos comentários daqui do blog.


William Bonner: A entrevista vai durar 12 minutos, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, desde o início desta campanha, o senhor tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. O senhor acha que... E em alguns casos fez até elogios a ele... o senhor acha que essa é a postura que o eleitor espera de um candidato da oposição?

Tal qual um lobo em pele de cordeiro, Serra quer se apresentar como candidato pós-Lula e não de oposição a Lula. A pergunta foi feita para tentar neutralizar a imagem anti-Lula.
Na pergunta, Bonner incluiu uma afirmação do interesse dos marqueteiros de Serra: "fez até elogios a Lula"... Bonner levantou a bola para Serra cortar.

Detalhe: no vídeo nota-se Serra remexendo-se na cadeira, e engolindo em seco, antes de responder.

José Serra: Olha, o Lula não é candidato a presidente. O Lula, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros. Eu estou focado no futuro. Hoje tem problemas e tem coisas boas. O que nós temos que fazer? Reforçar aquilo que está bem e corrigir e poder melhorar aquilo que não andou direito. É por isso que eu tenho enfatizado sempre que o Brasil precisa e que o Brasil pode mais. Onde? Na área da saúde, na área da segurança, na área da educação, inclusive do ensino profissionalizante. Meu foco não é o Lula. Ele não está concorrendo comigo.

Serra foi muito ruim... era só cortar a bola levantada... e ele errou 3 vezes:

1ª) Lula não é candidato a presidente, mas tem candidata. Querer tirar a influência do presidente no pleito é um erro. Empurra com a barriga um duelo que ele vai ter que enfrentar. É um erro enfrentar mais à frente, quando estiver mais fraco, e sem tempo para corrigir rumos.
Serra irritou o eleitor que gosta de Lula, mas ainda não tem candidato, ao querer "aposentá-lo" ou "cassá-lo" do processo político antes da hora.

2ª) Quando ele disse "não há presidente que possa governar na garupa", ele tenta desqualificar a adversária, e com argumento bobo, em vez de mostrar suas próprias qualidades. Isso transparece inveja, fraqueza e insegurança. Não agrada aos eleitores. Além disso, a imagem de uma mulher muito inteligente e capaz, que Dilma passou em sua entrevista na segunda-feira, não combina com alguém que ficaria apenas na garupa.

3ª) Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar. Isso todo político diz. É preciso ter credibilidade, e Serra não tem na área de segurança, nem na de educação, e na saúde só tem um pouco ainda, porque é produto de propaganda enganosa e da blindagem da imprensa, que vem sendo desmascarada graças à internet. Trataremos disso mais adiante.

William Bonner: Entendo. Agora, candidato, o senhor avalia o risco que o senhor corre de essa sua postura ser interpretada como um receio de ter que enfrentar a popularidade alta do presidente Lula?

Olha o Bonner levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.

José Serra: Não, não vejo por quê. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com o futuro, né? Quem vai tocar o Brasil, quem tem mais condições de poder tocar o Brasil para a frente, que não é uma tarefa fácil. Inclusive de pegar aqueles problemas que hoje a população considera como os mais críticos e resolvê-los. Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso. O governo Lula fez coisas positivas, né? Outras coisas, deixou de fazer. A discussão não é o Lula. A discussão é o que vem para a frente, tá certo? Os problemas do Brasil de hoje e o que tem por diante.

Serra errou pela 4ª vez. Repetiu o terceiro erro citado acima: Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar, porque isso todo político faz. O erro foi pior porque não foi só no conteúdo. Foi também na forma. A resposta de Serra foi um amontoado de obviedades descritas de forma pouco inteligível. Alguém entendeu o que ele quis dizer exatamente com "Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso"...?

Fátima Bernardes: O senhor tem insistido muito na tecla de que o eleitor deve procurar comparar as biografias dos candidatos que estarão concorrendo, que estão concorrendo nesta eleição. O senhor evita uma comparação de governos. Por exemplo, por quê, entre o governo atual e o governo anterior?

Fátima jogou pétalas para o candidato, suavizando a pergunta, que deveria ser: por que então o senhor esconde seu papel como ministro do planejamento, homem forte, e escolhido em 2002 para sucessor de FHC?

José Serra: Olha, porque são condições diferentes. Eles governaram em períodos diferentes, em circunstâncias diferentes. O governo anterior, do Fernando Henrique, fez uma... muitas contribuições ao Brasil, entre elas o Plano Real. A inflação era de 5.000% ao ano, né? E ela foi quebrada a espinha. As novas gerações nem têm boa memória disso. E várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu. O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do Lula e hoje é o principal assessor da candidata do PT, nunca parou de elogiar, por exemplo, o governo Fernando Henrique. Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?

Serra falou a primeira grande mentira da noite. O plano Real foi feito no governo de Itamar Franco (será ele gostou de ser ignorado pelo Serra na TV?). FHC veio em seguida, e passou 8 anos sem dar nenhum passo adiante. Promoveu um populismo fiscal e cambial no primeiro mandato, que quebrou o país, mas ganhou a reeleição, e governou no segundo mandato remendando o país quebrado.

Fátima Bernardes: Mas...

José Serra: E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa. E tem que ter ideias também. Não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro.

A comparação com futebol também foi falsa. Lula é um craque e sairá do governo com mais de 80% de aprovação. FHC saiu com baixíssima popularidade, está mais para o que chamam de "era Dunga" (sendo injusto com Dunga, porque ele, no futebol, é muito superior e vitorioso do que FHC, na presidência).

Fátima Bernardes: Mas, por exemplo, avaliar, analisar fracassos e sucessos não ajuda o eleitor na hora de ele decidir pelo voto dele?

Olha a Fátima levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.

José Serra: Por isso... E é isso o que eu estou fazendo. Por exemplo, mostro na saúde. Eu fui ministro da Saúde. Fiz os genéricos, os mutirões, a campanha contra a Aids que foi considerada a melhor campanha contra a Aids do mundo, uma série de coisas. A saúde, nos últimos anos, não andou bem. Por exemplo, queda, diminuição do número de cirurgias eletivas, aquelas que não precisa fazer de um dia para o outro, mas são muito importantes. Caiu, né? Pararam os mutirões. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás. Faltam ainda hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Tem problemas com as consultas, tem problemas de demoras. Enfim, tem um conjunto de coisas, inclusive relacionadas por exemplo com a saúde da mulher. Tudo isso precisa ser equacionado no presente. Eu estou apontando os problemas existentes.

Serra falou a segunda grande mentira da noite: Os genéricos não foi Serra quem fez. Foi Jamil Haddad no governo Itamar Franco (novamente ignorado por Serra).
Em seguida falou a terceira grande mentira: o programa da Aids não foi de Serra, foi de Lair Guerra e Adib Jatene.
Quanto às cirgurgias eletivas, foram elas ou as fraudes no SUS que diminuíram? Muitas cirurgias que não existiam eram cobradas e contabilizadas como se tivessem sido feitas. Além disso, as pessoas que subiram de classe social, e que arranjaram empregos formais, e tiveram acesso a planos de saúde, e não usaram o SUS, como entram nesta contabilidade?
Serra insiste em mutirões como solução em saúde para o SUS. Mutirão é quebra-galho, não é rede de saúde planejada, que o povo merece, e que funciona.

William Bonner: Agora, candidato, vamos ver uma questão... O senhor me permita, para a gente poder conversar melhor.

José Serra: Sim, sim, claro.

William Bonner: Uma questão política. Nesta eleição, existem contradições muito claras nas alianças formadas pelos dois partidos que têm polarizado as eleições presidenciais brasileiras aí nos últimos 16 anos, né? O PT se aliou a desafetos históricos. O seu partido, o PSDB, está ao lado do PTB, um partido envolvido no escândalo do mensalão petista, no escândalo que inclusive foi investigado e foi condenado de forma muito veemente pelo seu partido, o PSDB. Então, a pergunta é a seguinte: o PSDB errou lá atrás quando condenou o PTB ou está errando agora quando se alia a esse partido?

Bonner fingiu ser duro com Serra com perguntas incômodas, mas na verdade estava levantando a bola para Serra atacar o PT, tanto é que nem tocou no assunto "mensalão do DEM", nem do mensalão tcano, do Eduardo Azeredo (PSDB/MG).

José Serra: William, é uma boa pergunta. O PTB, no caso de São Paulo, por exemplo, sempre esteve com o PSDB, de uma ou de outra maneira. Isso teve uma influência grande na aliança nacional. Os partidos, você sabe, são muito heterogêneos. O personagem principal... Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Os personagens principais foram do PT, aliás, mediante denúncia do Roberto Jeferson, que era então líder do PTB.

Serra cortou a bola levantada para atacar o PT.

Mas errou feio (pela 5ª vez) ao defender Roberto Jefferson, dizendo que ele era denunciante. Não era apenas denunciante, Roberto Jefferson é réu e teve seu mandato cassado por falta de ética.

William Bonner: Os nomes de petebistas, todos, uma lista muito vasta, começando pelo Maurício Marinho.

Bonner insiste no assunto, para requentá-lo e manter em evidência na entrevista. Levantou de novo a bola para Serra cortar.

José Serra: Você tem 40 lá no Supremo Tribunal Federal...

Willlam Bonner: Não, exato.

José Serra: E o PT ganha disparado.

Serra cortou a bola levantada por Bonner para atacar o PT, se esquivando de explicar sua relação com Roberto Jefferson.

William Bonner: Mas não há nenhum constrangimento para o senhor pelo fato de esta aliança por parte do seu partido, o PSDB, ter sido assinada com o PTB pelas mãos do presidente do partido que teve o mandato cassado inclusive com votos de políticos do seu partido, o PSDB? Isso não provoca nenhum tipo de constrangimento?

O aparente "aperto" não passa de pautar a entrevista em torno de desgastar o PT.

José Serra: Olha, o Roberto Jefferson, é o presidente do PTB, ele não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo, o meu estilo de governar. O PTB está conosco dentro dessa perspectiva. Eu não tenho compromisso com o erro. Aliás, nunca tive na minha vida. Tem coisa errada, as pessoas pagam, né? Quem é responsável por si é aquele que comete o erro, é ele que deve pagar. Eu não fico julgando. Mas eu não tenho compromisso com nenhum erro. Agora, quem está comigo sabe o jeito que eu trabalho. Por exemplo, eu não faço aquele loteamento de cargos. Para mim, não tem grupinho de deputados indicando diretor financeiro de uma empresa ou indicando diretor de compras de outra. Por quê? Para que que um deputado quer isso? Evidentemente não é pra ajudar a melhorar o desempenho. É para corrupção. Comigo isso não acontece. Não aconteceu na saúde, no governo de São Paulo e na prefeitura.

Serra errou (pela 6ª vez), por que caiu na 1ª contradição. A defesa que ele faz do relacionamento com Roberto Jefferson, contradiz as críticas que ele fez ao PT. O povo não é bobo.
Serra falou a quarta mentira: até político de Mato Grosso (Antero Paes de Barros) e Pernambuco (Roberto Freire), que estavam desempregados, ele arrumou uma boquinha na SABESP e na Prefeitura de São Paulo.

Fátima Bernardes: Candidato, nesta eleição, quer dizer, o senhor destaca muito a sua experiência política. Mas na hora da escolha do seu vice, houve um certo, um certo conflito com o DEM exatamente porque houve uma demora para o aparecimento desse nome. Muitos dos seus críticos atribuem essa demora ao seu perfil centralizador. O nome do deputado Índio da Costa apareceu 18 dias depois da sua oficialização, da convenção que oficializou a sua candidatura. É... O senhor considera que o deputado, em primeiro mandato, está pronto para ser o vice-presidente, uma função tão importante?

Fátima suavizou a pergunta. Ela teria que ter perguntado se José Roberto Arruda (ex-DEMos), seria o vice, caso não fosse preso no mensalão do DEM. Deveria perguntar também, sobre os problemas com Aécio, sobre a recusa em ser vice.

José Serra: Está. Fátima, deixa só eu te dizer uma coisa. Eu não sou centralizador. Eu sei que tenho a fama de centralizador. Mas no trabalho, eu delego muito. Eu sou mais um cobrador. Eu acompanho tudo.

Fátima Bernardes: Eu falei centralizador porque até no seu discurso de despedida do governo de São Paulo, o senhor mesmo explicou sobre essa fama de centralizador.

José Serra: Que eu não era centralizador. E todo muito que trabalha comigo sabe disso, eu delego muito. Agora, eu acompanho porque quem coordena, quem chefia tem que acompanhar para as coisas acontecerem. A questão da vice estava orientada numa direção. Por circunstancias políticas, acabou não acontecendo. E o Índio da Costa, que foi o escolhido, estava entre os nomes que a gente cogitava. Só que isso não tinha ido para a opinião pública porque senão é uma fofoca só. Fulano, cicrano, isso e aquilo. Ele disputou quatro eleições, é um homem de 40 anos e foi um dos líderes da aprovação do ficha limpa no Congresso. Eu acho que...

Fátima Bernardes: Mas a experiência dele é municipal, na verdade, não é? Ele teve três mandatos de vereador, o senhor acha que isso o qualifica?

José Serra: E um mandato deputado federal.

Fátima Bernardes: Que ele está exercendo pela primeira vez.

José Serra: Eu acho que isso o qualifica perfeitamente. O que vale é a experiência na vida pública. Tem livros sobre administração e eu insisto. Sua atuação no Congresso Nacional foi marcada pelo ficha limpa. Se você for pegar também outros vices, do ponto de vista da experiência pública, cada um tem suas limitações. Mas eu não estou aqui para ficar julgando os outros. Eu só sei que o meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade, e do Rio de Janeiro, é um vice adequado. Eu me sinto muito bem com ele. Agora, devo dizer o seguinte...

Serra caiu na 2ª contradição. Ele defende seu vice dizendo que um deputado federal pela primeira vez, do baixo clero, é "perfeitamente qualificado", enquanto tenta desqualificar Dilma, que já ocupou cargos muitos mais importantes e se saiu muito bem. Serra desmontou suas próprias críticas à Dilma, ao defender seu vice.

Quinta mentira: a ficha do vice está suja e lambuzada de merenda escolar, segundo uma vereadora, tucana acima de qualquer suspeita.

William Bonner: Candidato... Candidato.

José Serra: Eu tenho muito boa saúde. Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.

Serra errou ao dizer isso. Falou demais, e errou duas vezes (7º e 8º erro):

1ª) Chamou atenção para algo que a maioria dos telespectadores não estava pensando, e foram induzidos a ser perguntar: E se o Serra faltar? É aquele Indio da Costa que será presidente?

2ª) Na prática, disse que o vice é de "brincadeirinha", desqualificando-o, depois de tê-lo defendido.

William Bonner: Mas um vice não assume só nessas circunstâncias...

Fátima Bernardes: Trágicas.

Agora foi a Fátima quem, sem querer, colocou "a pulga atrás da orelha" do telespectador ...

José Serra: Mas, enfim... Eu não sei até que ponto...

William Bonner: Candidato, eu gostaria de abordar um pouquinho também da sua passagem pelo governo de São Paulo. O senhor foi governo em São Paulo durante quatro anos, seu partido está no poder em São Paulo há 16 anos. Então é razoável que a gente avalie aqui algumas dessas ações. A primeira que eu colocaria em questão aqui é um hábito que o senhor mesmo tem de criticar o modelo de concessão das estradas federais. De outro lado, os usuários, muitos usuários das estradas estaduais de São Paulo que estão sob regime de concessão, se queixam muito do preço e da frequência com que são obrigados a parar para pedágio, quer dizer, uma quantidade de praças de pedágio que eles consideram excessiva. Pergunta: o senhor pretende levar para o Brasil inteiro esse modelo de concessão de estradas estaduais de São Paulo?

Bonner suavizou muito a pergunta. E a fez muito longa, dispersando a atenção do telespectador que não conheça os abusos dos pedágios paulistas.

José Serra: Olha, antes disso. No caso de São Paulo, tem uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, um organismo independente: 75% dos usuários das estradas do Brasil acham as paulistas ótimas ou boas. 75%, um índice de aprovação altíssimo. Isso para as federais é apenas 25%. De cada dez estradas federais, sete estão esburacadas. São as rodovias da morte. Na Bahia, em Minas, BH, Belo Horizonte, Governador Valadares, em Santa Catarina. Enfim, por toda a parte. O governo federal fez um tipo de concessão que não está funcionando.

Serra falou a sexta mentira: nesta mesma pesquisa Pesquisa rodoviária da CNT quele citou, realizada em 2009, mostra em relação aos 87.552 quilômetros avaliados: Pavimentação (págs. 32 a 35, do Relatório Gerencial): 94,3% não apresentam buracos. De onde ele tirou essa mentira que 7 em cada 10 estão esburacadas?

William Bonner: Mas a que o senhor fez motivou críticas quanto ao preço. Então a questão que se impõe é a seguinte, candidato: não existe um meio termo? Ou o cidadão brasileiro tem uma estrada boa e cara ou ele tem uma estrada ruim e barata. Não tem um meio termo nessa história?

José Serra: Eu acho que pode ter uma estrada boa que não seja cara, se você trabalhar direito. Por exemplo, a concessão que eu fiz da Ayrton Senna. O pedágio anterior era cobrado pelo órgão estadual. Caiu para a metade o pedágio. É que realmente, geralmente, os exemplos bons não veem...

A rodovia Ayrton Senna, a única que Serra cita como tendo "reduzido" o pedágio, tem apenas 48,3 Km. E os milhares de Km das outras rodovias pedagiadas de São Paulo, cujos pedágios só subiram?

Detalhe: o pedágio da Ayrton Senna só diminuiu porque ela corre paralela à via Dutra. Se o pedágio fosse mais caro do que na Dutra, quase ninguém a usaria.

William Bonner: Mas esse modelo vai ser exportado para as estradas federais?

José Serra: Esse modelo que diminuiu pode ser adotado, porque você tem critérios para ser examinados. O governo federal fez estradas pedagiadas. Só que estão, por exemplo, no caso de São Paulo, a Régis Bittencourt, que é federal, ela continua sendo a rodovia da morte. E a Fernão Dias, Minas-São Paulo, está fechada. Você percebe? Nunca o Brasil esteve com as estradas tão ruins. Agora, tem mais: em 1000 é, é, no começo de 2003 para cá, foram arrecadados R$ 65 bilhões para transportes, para estradas na Cide. É um imposto. Sabe quanto foi gasto disso pelo governo federal? Vinte e cinco. Ou seja, foram R$ 40 bilhões arrecadados dos contribuintes para investir em estradas do governo federal que não foram utilizados. A primeira coisa que eu vou fazer, William, é utilizar esses recursos para melhorar as estradas. Não é o assunto de concessão que está na ordem do dia. É gastar. É entender o seguinte: por que de cada R$ 3 que o Governo Federal arrecadou, foram 65, ele gastou um terço disso? É uma barbaridade.

Serra errou (pela 9ª vez) ao apavorar os brasileiros com a ameaça de extender o modelo de pedágios paulista, com tarifas abusivas para o resto do Brasil.
A principal diferença nos pedágios federais na era Lula é que não são onerosos e a margem de lucro é baixa (próximo da taxa selic). O resultado é uma tarifa muito baixa. Os governos demo-tucanos paulistas fazem o contrário: concessão onerosa, que são repassadas às tarifas, e margem de lucro das concessionárias acima de 20% (um absurdo).

A sétima mentira: A rodovia Fernão Dias não está fechada.

A oitava mentira: A arrecadação da CIDE não é só para estradas. Ela é usada também para infra-estrutura do transporte urbano nas cidades, projetos ambientais, e para subsidiar o preço de combustíveis, quando necessário.
O IPVA (quase R$ 9 bilhões só em São Paulo em 2009) que é estadual e Serra recolheu como governador, é que deveria ser para conservar rodovias, e não se sabe para onde vai, nem como é gasto, já que as rodovias paulistas foram privatizadas. O cidadão paulista paga um pedágio caríssimo, e ainda paga um IPVA também bastante caro.

Fátima Bernardes: Nós estamos...

José Serra: Por isso as estradas federais estão nessa situação. Desculpa, Fátima, fala.

Fátima Bernardes: Não, candidato. É que como nós temos um tempo, eu queria dar ao senhor os 30 segundos para o encerramento, para o senhor se dirigir ao...

José Serra: Já passou?!

Fátima Bernardes: Já passou, já estamos, olhe lá, Onze e quarenta e sete e os seus eleitores.

José Serra: Olha, eu vim aqui, queria, em primeiro lugar, agradecer a vocês por essa oportunidade. Eu tenho uma origem modesta, meus pais eram muito modestos. Eu acho que eles nunca sonharam que um dia eu estaria aqui no Jornal Nacional, que eles assistiam diariamente, aliás pela segunda vez, falando como candidato a presidente da República. Eu devo a eles até onde eu cheguei. Devo a eles, devo à escola pública e acabei virando professor universitário, mas também sempre ligado às questões públicas, desde que eu fui presidente da União Nacional dos Estudantes até hoje. O que eu peço hoje...

Serra ensaiou, ensaiou, ensaiou... e o que saiu foi isso aí.


William Bonner: Seu tempo, candidato.

José Serra: Para concluir é o seguinte: eu acho que o Brasil pode continuar e pode melhorar muito. O que eu queria pedir às pessoas...

William Bonner: Candidato, o senhor me obriga a interrompê-lo, me perdoe, me perdoe.

José Serra: Não posso nem falar um pouquinho?

William Bonner: É em respeito... Não posso. Porque é em respeito aos demais candidatos que estiveram aqui. E eu sei que o senhor vai compreender. E eu quero agradecer a sua presença aqui.
José Serra: Não. Eu compreendo. Obrigado.

Quem pensou que Bonner foi "durão" com Serra, não conhece o outro lado da história.

Se o tempo fosse a mais para Serra, Dilma e Marina teriam direito a voltar ao Jornal Nacional outro dia para completar o tempo igual para todos, de acordo com as leis eleitorais.